Solidão Progressiva

Por: Juliano Correa

Cada um de nós nasce com uma expectativa, boa ou ruim, para a nossa vida. Não que a expectativa seja nossa, mas as pessoas que primeiramente se tornam importantes na nossa vida já nos imprimem marcas de como seremos, por que seremos e com quem seremos.

E é justamente o “com quem seremos” que pretendo discutir por ora.

Quando nascemos, uma certa quantidade de pessoas já nos espera. Pais, irmãos, tios, tias, avós, vizinhos, amigos dos amigos dos parentes. Daquela solidão acompanhada que é o útero, repentinamente nos deparamos com um mundo cheio de novas pessoas com quem nos relacionarmos. Um mundo rico em possibilidades de “com quem seremos”.

Primeiramente, somos com a pessoa mais próxima, que geralmente é a mãe. Dependemos absolutamente dessa primeira figura e, aos poucos, nos tornamos mais e mais independentes. Então os horizontes se ampliam: da família, para as crianças da rua. Das crianças da rua, para os colegas da escola. E todos passam a fazer parte de quem somos, ficamos transbordando de pessoas em nós e cada um, de forma distinta, deixa sua marca.

Mas essa aglomeração se expande até um limite. E daí em diante, a tendência é a retração.

À medida que nos tornamos independentes, os outros contemporâneos também se tornam. Temos hoje um melhor amigo, um companheiro, um romance e, no final das contas, após o outro exercer sua liberdade de escolha nos tornamos solitários. Cada uma das pessoas importantes até então vai desaparecendo do nosso convívio: uns buscam melhores empregos, outros vão atrás de um sentido na vida, alguns morrem, outros fogem, outros ainda passam a não nos suportar mais. Há quem se afaste por gostar demais também. Nesse ato de egoísmo/exercício da liberdade/auto-preservação, o outro nos abandona e nós, que sempre vivemos rodeados de pessoas com suas expectativas a nosso respeito, nos vemos solitários. Cada vez mais, solitários.

Talvez o que mais doa seja a percepção de que, após anos de vida, no nosso último instante teremos que trilhar um caminho, enfim, completamente solitário. Ninguém morre conosco, essa é uma experiência única, intransferível e inescapável. Talvez o mais sensato seja nos habituarmos com a solidão, já que no fim da vida iremos sós, com apenas um punhado de experiências que, se não soubermos passar devidamente adiante, se perderão.

Talvez o mais sensato seja não acreditarmos nas expectativas de “com quem seremos” que nos imputam. Ou ainda, seja não ensinarmos às futuras gerações que seremos sempre cheios de pessoas à nossa volta, e sim, que um dia teremos que estar desacompanhados. E que isso vai doer, mas não há nada que possa ser feito.

Acredito que a solidão não seja, em si, o maior dos males, e sim, a decepção de nos depararmos com a realidade dolorida: vivemos sós, apesar dos outros.

Caverna do Dragão


Desenho animado, 1983, EUA. nspirdo no jogo de RPG Dungeons & Dragons, 27 episódios. série cancelada no final da 3ª temporada pois a D&D, uma das produtoras, fechou e decidiram pelo fim do desenho.

Enredo: Durante um passeio no novo parque de diversões da cidade um grupo de crianças resolve entrar em um novo brinquedo chamado Caverna do Dragão (Dungeons and Dragons), uma espécie de trem fantasma. O problema é que o brinquedo é na verdade uma passagem interdimensional que leva os garotos a um mundo onde existem guerreiros, dragões, magos, etc. Chegando lá eles são recepcionados pelo Mestre dos Magos (Dungeon Master) que os ajuda, entregando armas mágicas para que eles se defendessem dos muitos perigos do local, como o Vingador e Tiamat. A série gira em torno da busca do "caminho para casa" pelos heróis. Aí existem dois problemas: eles teriam que deixar Uni, a unicórnio de Bob, e todas as armas mágicas para trás. Não poderiam levá-los para a Terra.

Os personagens:
  • Hank (ranger): o mais velho do grupo, assumiu a função de líder, ainda que hesitante. Nutre afeição por Sheila e sente certa culpa por ter permitido que seus amigos entrassem no Reino. Recebeu um arco mágico capaz de criar flechas energéticas, que podem ser esticadas, dobradas ou até mesmo utilizadas como corda para cortar objetos. Seu maior medo é não ser um bom líder.
  • Eric (cavaleiro): tem a mesma idade de Hank, apesar de ser muito imaturo. Filho de pais ricos, é constantemente arrogante e egoísta, preocupado mais consigo e com uma chance real de retornarem para casa. Devido a sua natureza, coloca o grupo muitas vezes em perigo. Recebeu um poderoso escudo que o protege contra ataques mágicos ou físicos; esse escudo pode criar campos-de-força para defender uma pequena área em seu entorno. Ao longo do seriado, Eric tem suas feições transformadas como consequência de seu comportamento: um burro, um monstro do pântano, um macaco de cara azul e até um Mestre dos Magos. Apesar de detestar o mundo de Caverna do Dragão, já demonstrou interesse em ficar no Reino. Seu maior medo é ser motivo de piada.
  • Diana (acrobata): extremamente confiante e centrada, já apresentava habilidades acrobáticas no mundo real. Recebeu um bastão, usado em saltos e acrobacias. Tão flexível quanto as flechas de Hank, o bastão pode regenerar-se se quebrado. Seu maior medo é envelhecer.
  • Sheila (ladra): irmã mais velha de Bobby, o qual procura proteger. Corresponde à afeição que Hank tem por ela. Recebeu uma capa com capuz que lhe dá invisibilidade. Por razões estranhas, compreende a língua das fadas. Seu maior medo é ficar sozinha.
  • Presto (mago): o mais jovem depois de Bobby, seu nome verdadeiro é Albert, sendo "Presto" uma alcunha – não se sabe se criada pelo Mestre dos Magos ou por seus amigos. É tão inseguro quanto um garoto recém-saído da infância, e sua falta de habilidade física e timidez lhe dão o estereótipo do "nerd". Suas atrapalhadas, quando não catastróficas, costumam ser motivo de chacota do grupo, especialmente de Eric. Já demonstrou sua vontade de ficar no Reino. Recebeu um chapéu de feiticeiro, do qual podem ser retirados objetos e magias aleatórias. O poder do chapéu não é inteiramente dominado por seu dono, que em determinada altura do seriado passa a recitar versos ao utilizar a arma. Presto não gostava das aulas de educação física, no mundo real. Seu maior medo é não conseguir enxergar.
  • Bobby (bárbaro): o mais jovem do grupo, é o irmão caçula de Sheila. Impetuoso, demonstra temeridade inconsequente, o que por vezes cria problemas para o grupo. Sabe da afeição que Hank sente por sua irmã, mas isso não o impede de tê-lo como amigo. Não costuma ter paciência com Eric, e afeiçoou-se de maneira especial por Uni. Recebeu um tacape, cujo golpe é muito forte, sendo capaz de quebrar pedras e até criar pequenos abalos sísmicos. Parece compreender a linguagem dos unicórnios, ou, pelo menos, o que Uni procura dizer. Seu maior medo é ser tratado feito criança.

Vilões:

  • Vingador: um ditador maléfico, opressor de diversos povos e raças, com grandes habilidades mísiticas. Ao longo do seriado, o Mestre dos Magos dá a entender que o Vingador já foi uma boa pessoa, tendo sido seu pupilo ou mesmo seu filho. Tenta dominar plenamente o Reino e derrotar Tiamat, e, para tanto, deseja as Armas do Poder dos garotos para ampliar seus poderes. Entre os que compõem seu exército, encontram-se orcs. É dito que o Vingador tem mais de mil anos.
  • Demônio das Sombras: outra personagem recorrente, serve ao Vingador como seu informante. Apenas mais adiante na série passa a interagir com os garotos, inicialmente os espreitando sem que eles tenham ciência.
  • Tiamat: é uma terrível deusa-dragora de cinco cabeças, cada qual representando uma das raças de dragões cromáticos da primeira versão de D&D – vermelha, azul, verde, preta e branca. Tiamat vive no Cemitério dos Dragões, como guardiã dos ossos dos antigos dragões que ali se dirigiram para morrer, bem como de armas mágicas como as que o Mestre dos Magos deu aos garotos. É temida até pelo Vingador.

Coadjuvantes

Para além dos seis jovens, o seriado conta com uma pequena gama de personagens secundárias, porém constantes:

  • Mestre dos Magos: espécie de Mestre de RPG ("Dungeon Master"), é o guia dos garotos. Suas informações cifradas ocultam suas reais intenções, e por vezes seus motivos se demonstram dúbios. No intento de ajudar o grupo a retornar a seu mundo, acaba por utilizá-los para enfrentar as forças ocultas do Reino, especialmente o Vingador, e assim restaurar o equilíbrio entre ordem e caos.
  • Uni: uma filhote de unicórnio aparentemente órfã, que se torna a mascote das personagens e tem afeto especial de Bobby. Não domina plenamente os poderes mágicos auferidos por seu chifre, especialmente a capacidade de se teletransportar uma vez ao dia. Consegue esboçar algumas palavras, em meio ao seu balido típico. Por pertencer ao Reino, não pode acompanhar os garotos de volta ao mundo real.


Quem teve oportunidade de assistir, viu que é um desenho muito bom. Bastante sinistro para a época em que foi lançado. Teve bastante sucesso no Brasil, permanecendo até hoje em nossas mentes. O vingador é um dos melhores vilões de desenhos animados. Se não conhece procure assistir, pois ainda hoje é uma boa atração.

Abertura:


O melhor episódio na minha opinião:



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Por André Costa
Revisão: Priscila


Como estréia em escrever colunas, iniciaremos com uma história real: um determinado pai às voltas com sua filha pré-adolescente. Este pai havia comprado um computador para uso comum em sua residência e, com o tempo, este travou, coisa bastante comum de acontecer. Antes disso, houve ainda problemas entre os dois em relação ao uso de um site de relacionamentos (mas essa é outra história a ser mostrada em outra oportunidade).

Essa menina, a tal pré-adolescente, precisava fazer um trabalho escolar. Então vamos ao impasse momentâneo: um trabalho a ser feito, sem computador nem internet. A menina disse ao pai que iria à lan house para buscar o material na rede e imprimir o dito. O pai, que como todos os pais exemplares, no início do ano letivo havia comprado os livros escolares e vários livros de apoio, disse à filha que, como havia bastante material em sua casa, fizesse do modo antigo: pesquisasse em livros e fizesse a mão. A menina tentou e ao aproximar a data de entrega ainda não havia feito o trabalho. O pai, ao ver essa situação, resolveu testar o conhecimento de sua filha fazendo um ditado, e começou: Amor, saúde, aparelho, telhado, constituição... Nessa palavra a menina travou, não sabia se era com “SS” ou com “ç”. O pai aproveitou a oportunidade de ensinar a filha e falou para ela procurar no dicionário a grafia correta da palavra. A menina também não sabia pesquisar no dicionário. Ao constatar o real conhecimento de sua filha, iniciou com aulas de reforço e tudo mais para reverter à situação.

Onde podemos chegar com essa história? O que este nobre colunista quer dizer com computadores travados e meninas que não sabem pesquisar em dicionário? Vamos lá então: o Computador, bem como internet e afins, tem se tornado acessível a praticamente todos no Brasil. Como toda moeda tem dois lados, com as facilidades oferecidas por essa ferramenta, estamos escrevendo menos e lendo menos. Por diversas vezes nós vemos algum tópico no Orkut (sim eu tenho “yogurte”) com algum vídeo com mais de 5 minutos ou algum texto com mais de 4 linhas e as respostas do usuários são: “Nem li, muito longo”ou algo do tipo. Na era da velocidade estamos ficando sem paciência para ver e entender o que está acontecendo ao nosso redor.






Não estou generalizando e nem afirmando que não devemos usar de tecnologia. O que digo é que o mundo já existia antes da era digital e se abandonarmos as coisas “velhas e ultrapassadas”, iremos perder no sentido cultural e social como um todo. Portanto, vejo que uma possível solução seria o uso do computador (internet, Word, games e etc.) em sua plenitude, mas de uma forma mais racional, utilizando também os meios antigos, seja lendo, seja conversando com familiares, amigos ou vizinhos ou algo que mais lhe agrade de forma que se adquira conhecimento que não tenha vindo da rede.