Revisão: Priscila

Por toda minha vida morei na capital de meu estado, Goiânia- Goiás e em dezembro passado tive oportunidade de vir trabalhar e morar em interior pequeno.

Abracei a causa, pois era uma vontade antiga. Sempre ouvi falar muito bem das cidades pequenas de meu estado, principalmente em relação à vida calma e tranqüila.

Ao me instalar com esposa e filha nesta cidade, fazendo quase um ano, posso levantar alguns paralelos e situações antagônicas. De fato vida interiorana é mais calma e tranqüila. O centro da cidade não é movimentado como da capital, não há congestionamento, semáforos e tampouco transporte coletivo municipal. Não há aquela pressa em resolver qualquer coisa, nisso ainda sofro, porque nunca em minha vida vi, por exemplo, uma televisão ser consertada em três semanas e não foi culpa dos correios. Havendo menos trânsito há menos poluição sonora e ambiental. Aqui não há outdoors, e bem menos pedintes, mesmo levando-se em conta a proporcionalidade.

Como já foi dito em textos anteriores, a moeda tem dois lados: O comércio é bem pequeno, logo não há muita variedade de escolha, sob todos os aspectos. Contratação de serviço autônomo é uma loteria.

Agora digo o aspecto que me surpreendeu: a tranqüilidade. Em meu tempo de folga posso dedicar a fazer também coisas que gosto e adiava antes. Há quanto tempo eu não via um pôr-do-sol, se você que está lendo e acha que isso é besteira faço uma sugestão: esqueça o mundo, sente-se e veja um por do sol. Para mim não há espetáculo melhor. É diário, de graça e não precisa se deslocar para lugar algum, normalmente não. Também iniciei essa idéia de escrever por aqui, se não houvesse essa mudança talvez iria ser postergado eternamente.

Morar em cidade grande tem prós e contras, assim como morar em cidade pequena. Vai de cada pessoa analisar seus objetivos e verificar onde tem maior possibilidade de cumpri-los. Posteriormente a isso decidir onde morar. E após a instalação, usufruir do que a cidade oferece de positivo e contornar os aspectos negativos, se bem que esta última parte nem sempre é fácil.

O Manto de Penélope


Penélope é uma personagem criada por Homero, na obra Odisséia. Esposa de Odisseu, ela é o símbolo da espera resiliente e da fidelidade conjugal, pois durante 20 anos ela aguarda Odisseu retornar da Guerra de Tróia, tendo rejeitado 108 pedidos de casamento. Uma das estratégias para evitar os pretendentes, foi dizer a eles que tecia uma mortalha para o funeral do pai de Odisseu, sendo que ela somente aceitaria um pedido de casamento quando o manto estivesse pronto. Por três anos, Penélope tece um pequeno pedaço do sudário durante o dia e desmancha o trabalho durante a noite, retardando assim o prazo para a escolha do pretendente. Por fim, uma de suas servas denunciou-a aos pretendentes e ela precisou mudar a estratégia.

O que me encanta no mito não é exatamente a espera paciente da personagem, pois o conceito de fidelidade é questionável (pelo menos para uma pessoa menos romântica e mais prática, como eu). A história de Penélope me atrai por ser uma daquelas explicações que buscamos a vida toda para algumas das nossas ações. Alguém se lembra de ter “arrumado desculpa” para não sair com esta ou aquela pessoa, porque ainda estava apaixonado(a) pelo(a) ex? “Não posso, meu pai não vai me deixar sair”, “eu preciso estudar para a prova de terça” e outras do gênero? Ou ainda mais complexo, alguém já encontrou defeitos naquele(a) pretendente bonito(a), interessante, inteligente, aqueles defeitos dos mais insignificantes? “Não quero esse menino, ele tem nariz muito grande”, “não me imagino beijando alguém que se chama *Laerte”, “que casa imunda dele, jamais namoraria alguém tão desorganizado”, “fiquei com aflição dessa coleção de imagens de São Francisco de Assis, não quero mais pisar na casa desse sujeito”.

Pois bem, eu já conheci inúmeros(as) Penélopes nessas minhas andanças; creio que seja até comum, em momentos de fim de relacionamentos, que nós ainda permaneçamos ligados ao antigo amor, quer porque ainda amamos, quer porque não queremos admitir que o amor acabou. Cada um de nós já deve ter-se percebido em trabalho de Penélope, atrasando ou simplesmente buscando justificativas que não justificam o fato de não caminharmos para frente, rumo a novos relacionamentos.

Creio que quando nos damos conta de qual é a funcionalidade dessas justificativas, fica mais fácil pensarmos em maneiras de burlar nossa própria sabotagem. Sim, é uma sabotagem: evitar possíveis novos e gratificantes relacionamentos, em troca de viver de uma esperança de que o(a) ex volte ou que ele(a) mude o suficiente para o namoro ser minimamente tolerável. Para enfrentar isso, é necessário conhecermos nossas Penélopes internas e assumirmos que o relacionamento acabou, que Odisseu não vai voltar e que há muitos(as) pretendentes possivelmente interessantes, se permitirmos que eles(as) se aproximem.

Não se trata de deixar o romantismo de lado e esquecermos que um dia amamos e fizemos planos de vida com nossos(as) Odisseus; trata-se de aprendermos o limite entre a espera paciente e o medo de encarar a realidade do fim de uma relação.

* Coincidência assustadora: esse exemplo com o nome Laerte é real; na obra de Homero, é o nome do pai de Odisseu.

O que faz um PM



Ao conhecer pessoas no mundo virtual, quando digo qual é a minha profissão, é muito comum vir uma série de perguntas a respeito. Fato que nunca me incomodou, muito pelo contrário, sinto-me lisonjeado por poder explicar um pouco do que faço, levando-se em conta de que boa parte da população não sabe ou tem uma visão deturpada da profissão.

Necessário se torna que eu fale um pouco sobre meu pai. O guerreiro também é PM, reformado por motivos de saúde. Ama a gloriosa (apelido dado a Polícia Militar) do fundo do coração. Neste momento você pode até concluir: - Ah está no sangue. Eu retruco: Não é apenas isso. Meu grande pai, mesmo amando esta instituição, sempre deixou claro para mim que, como qualquer outra profissão, tem os pontos positivos e negativos. Meus pais sempre me deixaram livre escolha do meu futuro e me apoiaram qualquer que fosse minha decisão neste sentido. Só que desde moleque eu quis ser policial.

Antes de conseguir passar no concurso procurei me preparar, pois foi-se o tempo em que a polícia “pegava no laço”. Passei no concurso, fizemos um curso de quase dez meses como alunos soldados. Aprendendo postura e compostura, hierarquia e disciplina, muitas matérias de direito e várias outras matérias relacionadas. Formamo-nos e fomos designados da unidade escola para as unidades operacionais. Assim colocamos em prática o que foi aprendido. E logicamente, aprendemos com os militares mais antigos e continuo aprendendo até hoje.

Normalmente trabalho por escala. 12x36, por exemplo: Trabalho por 12 horas e descanso por 36. 24x48, 6x18 e assim por diante. Há também a escala do expediente, que, na verdade, é o horário comercial. Há várias frentes de serviço, mas vou focar somente do serviço convencional. Normalmente fazemos patrulhamento e abordagens (quando há comportamento suspeito de alguém) na área da viatura onde trabalhamos. E aqui faço um adendo: Nas abordagens em sua imensa maioria abordamos pessoas de bem, que quase nunca tiveram envolvimento negativo com a justiça. Mas como o infrator da lei não carrega uma estrela na testa, só diferenciamos o cidadão de bem do infrator no decorrer da abordagem. Por isso temos técnicas de abordagem, sendo que no início da mesma não fazemos idéia de quem é que está sendo abordado. Técnica tal aprovada pelo conselho dos direitos humanos. E que infelizmente a população não vê dessa forma e acha que o policial ao abordar está agredindo.

No decorrer do serviço fazemos também o atendimento de ocorrências. Ao chegar ao local, atendemos conforme a natureza desta nos pede. Ouvimos as partes e orientamos conforme o caso. Ao constatar que houve crime conduzimos as partes envolvidas a delegacia da área, ou, no caso de especializada, conduzimos também até a especializada. No caso do autor ele é conduzido voluntário ou coercitivamente.

Às vezes passamos por situações engraçadas, às vezes passamos por stress. Na verdade acontece quase de tudo, mas essas são histórias que contarei no decorrer deste blog. Por enquanto vou fechando por aqui com essa breve descrição do serviço policial

Link da Gloriosa aqui

Televisão x Internet



Pronto, demorou, assunto polêmico. Não iniciarei contando a história da televisão nem da internet, acredito que isso é de conhecimento comum, daremos apenas uma pincelada no que temos hoje em relação a ambos: Tv, canais abertos, enxurrada de críticas é justo o que ponteia esse modo de mídia, que vão desde influência político/social até má qualidade do que vai ao ar. Canais pagos: Por serem justamente por assinatura acredita-se que não haverá propagandas, mas há sim, em bem menor quantidade que a tv aberta mas há.

Bom já a internet, se o usuário não tiver o mínimo de malícia, vai clicando em tudo que é poup-up (aquelas do tipo: Você é nosso bilionésimo visitante ou qualquer outra semelhante) e acaba ganhando vírus ou abrindo seu computador e seus arquivos para outros usuários. E a rede também é uma fonte infindável de teorias conspiratórias, informações e fontes duvidosas. E ainda temos os spans nos emails, ah esses malditos spans...

Nem tudo são críticas ou reclamações: A tv aberta ainda é a fonte de informação e entretenimento da massa. A tv paga tem séries ótimas e canais por segmento, sendo assim não é necessário por exemplo aguardar o período matutino terminar pra assistir um telejornal, ou se quiser assistir algum documentário é só sintonizar no respectivo canal. Já a net tem de tudo que se possa imaginar e em quantidade imensa, prova disso é só digitar alguma palavra em algum site de busca que com certeza haverá mil de mil outros sites relacionados à sua busca.

Com a propagação da internet já se fala em Tv 2.0 que seria uma evolução do formato atual, sendo possível a interatividade do usuário com a programação. E notavelmente a tv como um todo já necessita de uma reformulação

Vai acabar esse tempo de programação imposta ao telespectador e assim acredito que não haverá tanta influência política nas redes de Tv (vide colocação de alguns presidentes no poder e impeachement de um outro).
Quem viver, verá.

A Passo Lento


Por Juliano Correa


Recentemente, escutando a música “Lento”, da genial Julieta Venegas, fui levado a pensar sobre assuntos tão rápidos que, usualmente, não temos tempo para pensar. Aliás, é exatamente sobre a velocidade contemporânea que pretendo refletir neste texto.

Correndo o risco de cair num clichê senso comum tão antigo quanto a própria invenção da ciência do comportamento, devo dizer que vivemos em um mundo cada vez mais rápido; a cada dia, mais e mais informações são construídas, inseridas e divulgadas, com rapidez inimaginável para quem viveu há 20 ou 30 anos. Hoje temos um carro que fica obsoleto anualmente, uma roupa que todos percebem que é da coleção Fall 2008, um computador que ficará ultrapassado em menos de um ano, dentre outras fugacidades. Isso, até certo ponto, não chega a me incomodar, pois somos animais que falamos e pensamos e produzimos conhecimentos maiores e melhores, para nossa própria sobrevivência.

O que realmente me incomoda é quando a fugacidade ultrapassa a barreira da experiência material e se infiltra no campo das relações humanas. E, infelizmente, é o que vem acontecendo com muita rapidez. Vemos pessoas que não se importam em excluir e, ou, substituir aos outros em sua vida com a mesma rapidez com que trocam de roupa; é a era do vínculo descartável: se não me serve, eu troco esse amigo, essa família, essa comunidade, esses vizinhos, esse namorado. Somos descartados com a mesma velocidade que um carro se torna fora de linha.

Não defendo que as pessoas devam se manter presas a relacionamentos prejudiciais; o que defendo é que nós tenhamos mais empenho em tentar resolver os conflitos, naturais nas comunidades humanas, em vez de ocultar ou excluir a fonte de desigualdade. Defendo uma sociedade como na música citada no primeiro parágrafo deste texto: com pessoas cada vez mais capazes de sentir e entender o ritmo alheio, em vez de vivermos rodeando nosso próprio umbigo e pensando apenas na nossa felicidade. Como se a minha felicidade não dependesse dos outros.


Para finalizar, eis o clip inspirador destes pensamentos:


JULIETA VENEGAS - LENTO

Top TOP Clipes

Estreiando a sessão começamos com clipes que eu gosto muito e marcaram minha vida:

Skank - A cerca

Letra:
http://letras.terra.com.br/skank/72387/

Ugly Kid Joe - Cats In The Cradle

Tradução:
http://letras.terra.com.br/ugly-kid-joe/41248/traducao.html




Queens Of The Stone Age - Go With The Flow

Tradução:
http://letras.terra.com.br/queens-of-the-stone-age/67863/traducao.html



Pearl Jam - Do The Evolution

Tradução:
http://letras.terra.com.br/pearl-jam/30348/traducao.html

Nação Zumbi - Bossa Nostra

Letra:
http://letras.terra.com.br/nacao-zumbi/1106017/

Rammstein - Links 2 3 4

Traduçao:
http://letras.terra.com.br/rammstein/32303/traducao.html

Michael Jackson - Thriller

Tradução:
http://letras.terra.com.br/michael-jackson/295689/traducao.html



Kid Abelha - Na rua, na chuva, na fazenda

Letra
http://letras.terra.com.br/kid-abelha/447611/



Pelados em Santos - Mamonas Assassinas


Letra:
http://letras.terra.com.br/mamonas-assassinas/24140/

Atenção os videos não estão em nenhuma ordem classificatoria pois gosto de todos e organizar assim seria bastante dificil.

Top Top


Mais uma sessão criada com a intenção de variar nosso blog, evitando se tornar cansativo somente textos.
Nesta sessão trataremos em forma de lista um top sobre o assunto escolhido pelo blogueiro.

Obrigado a todos e

"Ao entrar verifique se o mesmo se encontra neste andar". [:p]

Palavras soltas ao vento



Por: André Costa
Revisão: Priscila

Serviço calmo e necessidade de se expressar, mas a grande questão: escrever sobre qual assunto? Crise monetária nos EUA? Caso Eloáh? Eleições presidenciais na terra do tio Sam? Mídia sem assunto e exagerando ao procurar notícias? Bem, simplesmente eu não sei... daí vem o título escolhido.


Conforme vem idéias em minha mente, vou despejando no papel, deixando claro aos leitores de que escrevo a mão (sim a mão mesmo, não se espantem) e depois digito. Pode parecer antiquado, mas prefiro assim. Dessa forma acabo treinando as escrita, coisa que quase ninguém faz hoje em dia. Não sou uma pessoa tão antiga assim, mas ainda do tempo em que trabalhos escolares eram transcritos a mão, me lembro bem de ir a alguma papelaria e pedir: - Quero umas folhas de papel almaço, e a invariável resposta: - Com pauta ou sem pauta?


Hoje estou em um momento saudosista, ao escrever sobre papéis almaço, lembrei de minha infância. Estava ainda iniciando esse bendito (maldito?) horário de verão. Máquinas de escrever ainda estavam em alta, não existia Pentium, o top de linha era 486 (com incríveis 256 cores), os trapalhões ainda eram 4 e tinham um programa dominical no horário nobre, Ayrton Senna ainda alegrava nossos domingos mostrando que o Brasil não é só o triângulo: Bunda, carnaval e favela.


De toda forma, não sou um daqueles saudosistas apaixonados que afirmam que eram tempos melhores. Claro que tenho saudades e tudo, mas minha opinião é que eram tempos diferentes de hoje, portanto, nem melhor, nem pior. Nos anos 80 eu era uma criança e, em 90 adolescente, e era uma realidade diferente porque agora sou adulto com emprego e todas a mazelas que vem no pacote chamado crescer: responsabilidades, medos e inseguranças. Não sendo, assim, possível comparar um momento com outro. E tenho dito!


Nota: Este texto foi escrito no período eleitoral dos EUA, no qual Obama venceu. Já aqui no Brasil o que estava na mídia era o caso Eloáh