Ao meu ex-professor



No segundo grau, Colégio da Polícia Militar de Goiás, tive um professor de matemática o qual odiei. Do fundo de minha alma, odiei igual odeio a matéria dele. Um problema veio a partir do outro, desde o extinto (?) ginásio nunca me dei bem na área de exatas e projetei isso no meu professor.

Nos dias de aula dele, acabava o meu dia. Ele entrava em sala, cumprimentava os alunos, e aquele ar arrogante. Tentava entender a matéria, mas as notas eram sempre baixas. Às vezes, os alunos eram chamados a resolver algum problema no quadro, e, quando ele se lembrava de mim eu ia, faiscando de raiva, com vontade de fazê-lo engolir giz e apagador de uma só vez. E somando-se a isso, as meninas da sala o consideravam bonito, então viviam suspirando no decorrer da aula, incitando revolta geral na ala masculina da sala, e eu incluso. Então, para mim, qualquer comportamento dele era motivo de implicar com este professor e ficar ainda mais grilado com ele. Mesmo que nunca tenha batido de frente com ele eu fazia lá minhas piadinhas.

Foi correndo o ano. Um dia o professor chegou com o rosto um pouco abatido, mas foi dando sua aula normalmente. Em dado momento ele ficou com a fisionomia estranha, pediu licença e saiu. Os alunos ficaram pasmos sem entender o que houve, até que alguém disse:

-Fulano, você que é o representante, vê lá o que foi feito do professor. Fulano foi, achou-o no banheiro e voltou.
-Olha o professor não está bem, ta lá no banheiro chamando o juca. Ofereci ajuda, mas não quis.

Nesse momento veio uma luz na minha cabeça: “Ele é um ser humano! Ele passa mal!” Com essa afirmação consegui parar de ver meu professor como uma máquina. Ao vê-lo com outros olhos pude perceber quem realmente era. Só após isso notei o quanto ele se esforçava para que todos aprendessem. Notei a satisfação em seus olhos quando a turma entendia a matéria. Notei que por diversas vezes ele usava o intervalo para explicar novamente a quem não entendeu.

Assim foi ficando melhor para assistir a aula dele, era mais fácil prestar atenção e consequentemente aprender. Minhas notas não melhoraram, sempre foram ali coladinhas na média. Mas com ele eu pude realmente aprender.
Escrevi este texto porque acredito que nem o citado professor sabe o que está acima. Quando ainda era aluno dele não disse isso e depois cada um seguiu seu rumo.

Professor Alexandre Pullig, o senhor conquistou meu respeito e admiração, mesmo que isso tenha iniciado através de um problema de vômito. O senhor é um exemplo no ensino, espero que ainda esteja dando aulas. Obrigado pela oportunidade que me deu em aprender.

Histórias e estórias...

Iniciando novo assunto nesse blog, assim postarei algumas histórias por mim presenciadas, outras que apenas ouvi em minha profissão. Iniciemos com provavelmente um mito miliciano:

Os policiais e o mel:

Certa feita, dois policiais foram chamados a atenderem uma ocorrência de vias de fato entre casal. Vamos chamá-los de soldado A e soldado B.

Ao chegarem à residência depararam com a esposa chorando muito. Uma mesa na cozinha cheia de doces e guloseimas. Tinha mel, doce de leite,chocolate, bombons, vinho e etc... O esposo estava no mesmo cômodo todo sem graça. O soldado B, muito intrometido, e viciado em mel, a toda hora lambuzava o dedo com o mel e chupava. O soldado A ficou observando a situação, mas não disse nem fez nada. A equipe foi ouvir as versões do fato. O esposo diz: -Eu comprei tudo que está na mesa, para agradar minha esposa, mas ainda assim ela não me dá valor, não procura me agradar também. Perdi a paciências, discutimos e dei uns tapas nela. E o soldado B ainda atacando o mel enquanto ouvia tudo. A esposa começou a se acalmar e contou a versão dela, entre soluços:

-Sim, meu esposo comprou tudo que está na mesa. Só que depois de arrumar tudo bonitinho em cima da mesa, ele pega o pinto dele, esfrega nesse mel. Esse mesmo mel que está chupando soldado e quer que eu chupe o pinto dele todo melado!!!!

O momento que antecede





Sabe aquele momento entre o que vai acontecer e o acontecimento, aquele em que prendemos o fôlego, aquele que sabemos exatamente o que vai acontecer, mas uma dúvida nos passa?


O momento em que nos encontramos na porta do avião pra pular de para-quedas. Será que eu consigo?

O momento em que ônibus estaciona na rodoviária.
Será que ele veio?

O momento em que ele levanta os olhos e te olha. Será que ele me quer?

O momento em que ele chega perto e olha sua boca. Será que ele vai me beijar?

O momento em que o seu dedo polegar fica perto do dele. Será que ele gosta que eu o toque?

O momento que antecede quando ele chega com a boca perto do seu ouvido, e você sabe que ele vai falar ... “delícia”. Será que serei a delícia dele sempre?

O momento quando você leva o copo a boca e sente o aroma do vinho tinto. Será que o branco combinaria melhor nesse momento?

O momento em que se sente o cheiro de noz-moscada no ar e você sabe que vai provar comida mediterrânea. Será que japonesa não seria melhor?

O momento em que ele deita na cama ao seu lado, cheira seu pescoço e você fecha os olhos.
Será que meu cheiro ficará na memória dele pra sempre?


O momento em que suas pernas entrelaçam a cintura dele. Hummmmm?!?!?!?!?

O momento em que os dedos dele separam seus lábios para a penetração. Oh meu Deus!!!


E tantos outros que deixo a cargo do leitor imaginar. São micro-segundos de nossas vidas que passam despercebidos na maior parte do tempo por quase todos nós. Minha reverência a esses micro-segundos que nos fazem prender o fôlego, que emocionam, que arrancam suspiros do fundo do nosso ser.
Queridos leitores, postem qual seu momento que antecede, qual lhe faz prender o folêgo! Estou esperando! Um beijo enorme a todos!